Ainda as
vésperas do encerramento da 42ª Feira do Livro de Pelotas, entrevistei a
principal organizadora do evento, Gilcéia Bender, mais conhecida como Téia.
Conversamos bastante sobre a feira desse ano, as dificuldades enfrentadas pela
organização e também sobre o futuro do evento.
Há quanto tempo tu trabalhas com
eventos?
Bom, a feira eu organizo há 5
anos. É a minha segunda experiência com eventos, antes eu trabalhei alguns anos
junto à organização da Fenadoce. A minha proposta desde o início foi trazer coisas
novas para a feira,coisas que eu como frequentadora achava que estavam
faltando. Principalmente aumentar o foco na razão de existir da feira: o livro.
Como fazer o livro ser o centro
das atenções?
Eu fui nas escolas, falei com as
professoras e pedi para elas passarem aos alunos coisas sobre literatura para
serem apresentadas na feira. Também foi criado um espaço pra literatura dentro
da praça, destinado a conversas com autores e palestras. Sem foco num gênero
específico, apostamos na diversidade pra atrair públicos variados. Em 2012 nós
entramos em contato com a Biblioteca Nacional e em virtude da duração da feira
(19 dias), ganhamos 3 caravanas de escritores, cada caravana trazendo 3. E
escritores famosos, que atraíram bastante público. Além dos escritores da
região, que antes eram chamados para a Feira mas por alguma razão deixaram de
ser e resgatamos isso.
Quais as dificuldades encontradas
na organização da feira deste ano?
Acredito que foi principalmente a
questão do local. Como nós voltamos para a Praça, haviam uma série de
diretrizes a serem seguidas quanto à utilização do espaço. Não podemos ocupar
os canteiros, então a feira acaba ficando menor e alguns livreiros são jogados
para as alamedas. Houveram reclamações do público quanto a isso, que a feira
estava muito reduzida. Mas acreditamos que a praça é o lugar certo para uma
feira do livro. As pessoas estão de passagem e acabam olhando ,sem aquela
pressão de estar numa livraria e sentir-se compelido a comprar, por exemplo.
E para o futuro, o que podemos
esperar do evento?
Ano que vem queremos aumentar o
espaço da nossa área de eventos, que esse ano ficou pequena. Eu achei que seria
o suficiente, mas a procura pelas palestras, sessões de autógrafos e
apresentações foi bem maior que o esperado e muita gente acabou assistindo em
pé. Queremos mudar o horário desses eventos também, um pouco mais tarde para
dar tempo das pessoas saírem do trabalho e chegarem na hora. Também vamos
ampliar o espaço dos expositores, que esse ano se sentiram prejudicados por
terem pouco espaço para expor seus produtos.
Para encerrar, do teu ponto de
vista, qual a importância da Feira para Pelotas?
É uma forma das pessoas se
aproximarem dos livros. Quando tu entra numa loja, parece que te condiciona a
comprar. Mas na praça não tem esse constrangimento, as pessoas estão passando.
Elas podem ou não parar. É um momento de conquista, onde quem passa dá uma
olhadinha na capa de algum livro e se aproxima pra folhear suas páginas. É o
livro chegando perto das pessoas. É um movimento mais natural e que apresenta
resultados nas vendas.
Texto e foto: Lucas Zanini
Assessoria de Comunicação da Empresa Jr. UCPEL
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