domingo, 16 de novembro de 2014

A Feira do Livro de Téia Bender

Ainda as vésperas do encerramento da 42ª Feira do Livro de Pelotas, entrevistei a principal organizadora do evento, Gilcéia Bender, mais conhecida como Téia. Conversamos bastante sobre a feira desse ano, as dificuldades enfrentadas pela organização e também sobre o futuro do evento. 


Há quanto tempo tu trabalhas com eventos?
Bom, a feira eu organizo há 5 anos. É a minha segunda experiência com eventos, antes eu trabalhei alguns anos junto à organização da Fenadoce. A minha proposta desde o início foi trazer coisas novas para a feira,coisas que eu como frequentadora achava que estavam faltando. Principalmente aumentar o foco na razão de existir da feira: o livro.

Como fazer o livro ser o centro das atenções?
Eu fui nas escolas, falei com as professoras e pedi para elas passarem aos alunos coisas sobre literatura para serem apresentadas na feira. Também foi criado um espaço pra literatura dentro da praça, destinado a conversas com autores e palestras. Sem foco num gênero específico, apostamos na diversidade pra atrair públicos variados. Em 2012 nós entramos em contato com a Biblioteca Nacional e em virtude da duração da feira (19 dias), ganhamos 3 caravanas de escritores, cada caravana trazendo 3. E escritores famosos, que atraíram bastante público. Além dos escritores da região, que antes eram chamados para a Feira mas por alguma razão deixaram de ser e resgatamos isso.

Quais as dificuldades encontradas na organização da feira deste ano?
Acredito que foi principalmente a questão do local. Como nós voltamos para a Praça, haviam uma série de diretrizes a serem seguidas quanto à utilização do espaço. Não podemos ocupar os canteiros, então a feira acaba ficando menor e alguns livreiros são jogados para as alamedas. Houveram reclamações do público quanto a isso, que a feira estava muito reduzida. Mas acreditamos que a praça é o lugar certo para uma feira do livro. As pessoas estão de passagem e acabam olhando ,sem aquela pressão de estar numa livraria e sentir-se compelido a comprar, por exemplo.

E para o futuro, o que podemos esperar do evento?
Ano que vem queremos aumentar o espaço da nossa área de eventos, que esse ano ficou pequena. Eu achei que seria o suficiente, mas a procura pelas palestras, sessões de autógrafos e apresentações foi bem maior que o esperado e muita gente acabou assistindo em pé. Queremos mudar o horário desses eventos também, um pouco mais tarde para dar tempo das pessoas saírem do trabalho e chegarem na hora. Também vamos ampliar o espaço dos expositores, que esse ano se sentiram prejudicados por terem pouco espaço para expor seus produtos.

Para encerrar, do teu ponto de vista, qual a importância da Feira para Pelotas?
É uma forma das pessoas se aproximarem dos livros. Quando tu entra numa loja, parece que te condiciona a comprar. Mas na praça não tem esse constrangimento, as pessoas estão passando. Elas podem ou não parar. É um momento de conquista, onde quem passa dá uma olhadinha na capa de algum livro e se aproxima pra folhear suas páginas. É o livro chegando perto das pessoas. É um movimento mais natural e que apresenta resultados nas vendas.

Texto e foto: Lucas Zanini
Assessoria de Comunicação da Empresa Jr. UCPEL

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