Na noite chuvosa de segunda-feira (3), ocorreu a exibição do documentário "O Mico Leão Voador em Ação no Velho Chico", na 42ª Feira do Livro de Pelotas, gravado entre 9 de abril e 8 de maio de 2014, produzido pelo ambientalista Ernesto Galiotto.
O filme narra a atual situação do Rio São Francisco, mostra suas belezas naturais e alerta para a necessidade de preservá-lo para as gerações futuras. Abaixo segue o nosso papo com o Ernesto, que foi super simpático e respondeu a algumas perguntas:
Ernesto, conta um pouco da tua trajetória...
Nasci em Flores da Cunha no Rio Grande do Sul, em 1945. Mudei para Cabo Frio por motivos de saúde do meu filho e me apaixonei pela região. Me encantei com as belezas naturais. Em1974 fiz minha primeira ação como ambientalista, onde denunciei o desvio de dunas, que estavam sendo levadas para o rio. A Globo fez a gravação da denúncia e me apelidou como "Fiscal das Dunas".
Isso foi há 40 anos. Como era tratada essa questão naquela época?
Era coisa de maluco. Falavam "como que o cara vai se meter nisso?". Não se pensava no assunto. Mas hoje estão sentindo na pele os efeitos, embora com muito atraso. Crianças de 5 e 6 anos já estão se ligando, porque eles tem acesso a toda uma informação que não existia antes.
Em quanto tempo o documentário foi gravado? E qual o tamanho da equipe?
Foi um trabalho de 28 dias ininterruptos e uma equipe de 8 pessoas. Temos imagens aéreas, tanto fotos quando vídeos, de 100% do rio.
O que essa experiência significou para o senhor?
Foi uma das melhores coisas da minha vida, até porque nós conseguimos fazer um inventário do Velho Chico. Nós temos informação que não é só minha, é de todos. E se alguém quiser saber como era o rio em 2014, está ai. Inclusive o filme foi exibido oito vezes no Globo News. O que pra mim é ótimo, eu quero que ele chegue nas escolas, pra melhorar a educação ambiental.
Qual o tamanho do seu acervo, não só do filme, mas quanto material o senhor já produziu?
Bom, como eu sou ativo há muito tempo, tenho em torno de 450 mil imagens aéreas. Mais ou menos 60% delas com foco ambiental. E 350 horas de filmagens. Tudo aéreo e com recursos próprios. Sou livre pra fazer o que eu quiser, sem restrição de patrocinador por exemplo.
O senhor tem alguma mensagem para deixar sobre a importância da preservação ambiental?
A mensagem que eu tenho é para passar para os professores. Que todo dia, no encerramento das aulas, dê cinco minutos e diga para seus alunos: "Ou proteja a natureza, ou salve a natureza ou cuide do lixo. Escolha uma." Eu acho que isso marca muito, tem palavras que penetram. Tem que alertar e mostrar o perigo que nós estamos correndo, para o amanhã ser diferente. E a juventude é a solução.
"Aprendi a respeitar os animais convivendo com eles." Ernesto Galiotto |
Texto: Lucas Zanini
Fotos: Roberto Piecha
Assessoria de Comunicação da Empresa Jr. UCPEL
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